Um relatório sobre a indústria de notícias digitais mostra que o Instagram deve se tornar uma fonte mais popular que o Twitter, com dados demográficos mais jovens liderando a acusação.
O Instagram está rapidamente se tornando uma fonte popular de notícias para usuários de 18 a 24 anos e deve superar o Twitter, de acordo com uma nova pesquisa.
O relatório de notícias digitais do Instituto Reuters de 2020 mostra que a quantidade de usuários que recorrem ao Instagram para notícias dobrou desde 2018.
As pessoas mais jovens estão por trás da mudança para o Instagram como fonte de notícias, com dois terços das pessoas com menos de 25 anos dizendo que o usam para esse fim.
Usuários com idades entre 18 e 24 anos têm maior probabilidade de acessar notícias via mídia social do que um site ou aplicativo de notícias dedicado, segundo o relatório.
“O acesso às notícias continua se tornando mais distribuído. Em todos os países, pouco mais de um quarto (28%) prefere iniciar suas novas jornadas com um site ou aplicativo.
As pessoas entre 18 e 24 anos (chamada Geração Z) têm uma conexão ainda mais fraca com sites e aplicativos e têm duas vezes mais chances de preferir acessar notícias através das mídias sociais. ”
Em todas as informações demográficas, 11% das pessoas usam o Instagram para notícias, o que é apenas um ponto atrás do Twitter.

Isso é notável, já que o Instagram não é tradicionalmente considerado um destino para as últimas notícias.
As atualizações de notícias em tempo real sempre foram o forte do Twitter, enquanto o Instagram tem sido mais uma plataforma na qual as pessoas compartilham fotos e vídeos para entretenimento.
No entanto, a especialização do Instagram em conteúdo visual é precisamente o que o torna atraente como fonte de notícias para as pessoas mais jovens.
Nic Newman, principal autor do relatório da Reuters, afirma:
“O Instagram se tornou muito popular entre as pessoas mais jovens. Eles realmente respondem bem a histórias contadas de maneira simples e bem com imagens visuais. ”
O Instagram ainda tem um caminho a percorrer antes de alcançar o Facebook, que atualmente é a rede social mais popular para o uso de notícias, principalmente aqui no Brasil.
O WhatsApp é a segunda rede social mais popular para notícias, seguida pelo Youtube, Instagram e Twitter.
Se o Instagram continuar dobrando seu uso de notícias ano após ano, não demorará muito para que ele supere o Youtube e se aproxime do território do Facebook e do WhatsApp.
As Mídias sociais não são uma fonte confiável de notícias em geral
Apesar do aumento no uso como fonte de notícias, a Reuters considera que a mídia social é a fonte menos confiável de notícias digitais.
Aqui no Brasil, 51% das pessoas confiam nas notícias que veem nas mídias sociais, em comparação com 53% que confiam nas notícias que encontram nos mecanismos de pesquisa.
Entre aqueles que confiam nas mídias sociais para notícias, o Instagram ocupa o ante-penúltimo lugar como uma fonte confiável. O Facebook está no topo novamente nesta área, seguido pelo WhatsApp e Youtube, como mostra o gráfico abaixo. O que é uma situação preocupante, visto que estamos passando por uma disseminação de fake news advindas muitas vezes de plataformas como Facebook e WhatsApp.

Como já era de se esperar a confiança do brasileiro em notícias, seja ela advinda de meios de comunicação tradicionais como a TV e o aumento da internet ainda é bastante alta.
Online – incluindo mídias sociais, sites e aplicativos – é de longe o meio mais popular para consumir notícias no Brasil:

As mídias sociais representam a maior área de crescimento quando se trata de consumo de notícias. Como você pode ver no gráfico acima, a mídia social é a única fonte que cresceu em popularidade nos últimos anos, passando de 47% em 2013 para 67% em 2020.
As notícias impressas continuam em declínio, assim como as notícias na TV que vem de uma queda desde 2015. As notícias via internet já é mais consumida pela população brasileira.
Veja os dados completos para o Brasil, divulgado pelo Institute Reuters:

Para saber mais sobre o estado da indústria de notícias digitais em 2020, consulte o relatório completo.